Obra e carreira
Por Cidinha da Silva
Neste julho de 2012, completo seis anos de carreira literária! Não recordo o dia da estréia, sei que o lançamento do meu primeiro livro, “Cada tridente em seu lugar”, aconteceu no inverno soteropolitano de 2006, durante a II CIAD – Conferência de Intelectuais Africanos e da Diáspora.
De lá para cá, muita água rolou e publiquei outros cinco livros autorais e uma co-autoria. O Tridente está na 3ª edição e toda a minha produção autoral de literatura somada ao livro de ensaios, “Ações afirmativas em educação: experiências brasileiras” (de 2003, 3ª edição), compõe 23 mil exemplares de minha obra circulando por mãos e estantes. Nada mau para uma autora que publica de maneira independente ou por pequenas editoras.
Compreendi e ultrapassei o período aRtivista representado pelo Tridente e pelo segundo livro, “Você me deixe, viu? Eu vou bater meu tambor!”, este, prenúncio da literatura que gostaria de produzir. Mas ainda hoje, quando leio as crônicas de “Oh, margem! Reinventa os rios!”, livro recente, nos saraus, noto resquícios aRtivistas que me incomodam, com os quais dialogo no cotidiano da escrita no afã de superá-los, um dia.
Essa é a dureza da construção da obra, definir exatamente o que quero, como quero. O quando é também capítulo da obra, mas está umbilicalmente ligado ao planejamento da carreira. O Tambor, por exemplo, é um livro muito circunstancial e eu sabia que, se não o tivesse lançado em 2008, provavelmente não o publicaria mais como livro. Ficaria por ali, dormitando na gaveta e alguns textos, apenas alguns, seriam publicados em coletâneas posteriores. Não é um livro para ser reimpresso por desejo próprio. Deixo a decisão a cargo da editora, diferente dos outros livros autorais, para os quais tenho projeto de reimpressão.
“Os nove pentes d’África”, primeiro texto de fôlego longo, é que, de fato, me deu a certeza de produzir literatura. Nos livros seguintes, “Kuami” e “O mar de Manu”, essa percepção foi ganhando força e refinamento. Em “Oh, margem! Reinventa os rios!”, voltei às origens, à crônica. E a cada releitura percebo o quanto ainda há por trilhar no caminho da escrita ágil e enxuta que me define e à qual persigo.
Este 2012 continua dedicado aos projetos de literatura para crianças e adolescentes e à dramaturgia, continuidade de uma contribuição dada em 2007 para o “Silêncio”, espetáculo da CIA dos Comuns. Escrevi a dramaturgia de “Sangoma: saúde às mulheres negras”, para a Cia de Arte Negra Capulanas, a ser encenada em 2013. Outros projetos dramatúrgicos se avizinham. Existe também uma ou outra possibilidade de tradução, um projeto de livro-reportagem, outro, de um informativo; estudos independentes, mas orientados, sobre dramaturgia negra e sobre patrimônio cultural imaterial. Muita leitura, estudos programáticos de literatura, exercícios de escritura, reescritura e revisão do que foi publicado, por meio da leitura oral. Diálogo com a música e com o cinema, com previsão de estréia para 2013 e 2014, respectivamente. Passos na construção da obra e da carreira, superados os prognósticos iniciais de que eu (como inúmeros outros autores e autoras) não ultrapassaria o primeiro livro de literatura.
Neste julho de 2012, completo seis anos de carreira literária! Não recordo o dia da estréia, sei que o lançamento do meu primeiro livro, “Cada tridente em seu lugar”, aconteceu no inverno soteropolitano de 2006, durante a II CIAD – Conferência de Intelectuais Africanos e da Diáspora.
De lá para cá, muita água rolou e publiquei outros cinco livros autorais e uma co-autoria. O Tridente está na 3ª edição e toda a minha produção autoral de literatura somada ao livro de ensaios, “Ações afirmativas em educação: experiências brasileiras” (de 2003, 3ª edição), compõe 23 mil exemplares de minha obra circulando por mãos e estantes. Nada mau para uma autora que publica de maneira independente ou por pequenas editoras.
Compreendi e ultrapassei o período aRtivista representado pelo Tridente e pelo segundo livro, “Você me deixe, viu? Eu vou bater meu tambor!”, este, prenúncio da literatura que gostaria de produzir. Mas ainda hoje, quando leio as crônicas de “Oh, margem! Reinventa os rios!”, livro recente, nos saraus, noto resquícios aRtivistas que me incomodam, com os quais dialogo no cotidiano da escrita no afã de superá-los, um dia.
Essa é a dureza da construção da obra, definir exatamente o que quero, como quero. O quando é também capítulo da obra, mas está umbilicalmente ligado ao planejamento da carreira. O Tambor, por exemplo, é um livro muito circunstancial e eu sabia que, se não o tivesse lançado em 2008, provavelmente não o publicaria mais como livro. Ficaria por ali, dormitando na gaveta e alguns textos, apenas alguns, seriam publicados em coletâneas posteriores. Não é um livro para ser reimpresso por desejo próprio. Deixo a decisão a cargo da editora, diferente dos outros livros autorais, para os quais tenho projeto de reimpressão.
“Os nove pentes d’África”, primeiro texto de fôlego longo, é que, de fato, me deu a certeza de produzir literatura. Nos livros seguintes, “Kuami” e “O mar de Manu”, essa percepção foi ganhando força e refinamento. Em “Oh, margem! Reinventa os rios!”, voltei às origens, à crônica. E a cada releitura percebo o quanto ainda há por trilhar no caminho da escrita ágil e enxuta que me define e à qual persigo.
Este 2012 continua dedicado aos projetos de literatura para crianças e adolescentes e à dramaturgia, continuidade de uma contribuição dada em 2007 para o “Silêncio”, espetáculo da CIA dos Comuns. Escrevi a dramaturgia de “Sangoma: saúde às mulheres negras”, para a Cia de Arte Negra Capulanas, a ser encenada em 2013. Outros projetos dramatúrgicos se avizinham. Existe também uma ou outra possibilidade de tradução, um projeto de livro-reportagem, outro, de um informativo; estudos independentes, mas orientados, sobre dramaturgia negra e sobre patrimônio cultural imaterial. Muita leitura, estudos programáticos de literatura, exercícios de escritura, reescritura e revisão do que foi publicado, por meio da leitura oral. Diálogo com a música e com o cinema, com previsão de estréia para 2013 e 2014, respectivamente. Passos na construção da obra e da carreira, superados os prognósticos iniciais de que eu (como inúmeros outros autores e autoras) não ultrapassaria o primeiro livro de literatura.
Comentários
Semente fértil...
axé sempre
michel