Futebol de verdade!



Por Cidinha da Silva

Aviso aos navegantes: se quiserem ler uma especialista em futebol, não busquem os textos de Cidinha da Silva. Ela não sabe nada, gosta apenas de causar (incômodo) ao falar do tema. Leiam Armando Nogueira, Tostão, Juca Kfouri, Soninha Francini.

Se quiserem também conversar com alguém que domine a matéria, não a procurem. Recomendamos Sueli Carneiro e Maria Mazzarelo, estas entendem do riscado. As duas senhoras compreendem o esquema tático de um técnico, reconhecem as peças que podem ser mudadas, mantendo o esquema. Coisa de gente fina.

Cidinha da Silva é embusteira, usa a santa bola como artifício para falar de problemas que nada têm a ver com o futebol, tais como: Pan-africanismo, racismo, pobreza, exploração humana, marketing, História, cultura, Antropologia, política, indústria do entretenimento, tudo o que está fora das quatro linhas. Gente que se mete a falar de futebol deveria falar só dele, pois é em futebol que as pessoas, principalmente os homens, estão interessadas.

A cada vez que ela não se comportar como deveria e sair do lugar definido para ela, aparecerá um indivíduo que escreverá três ou quatro parágrafos categóricos, com a autoridade masculina e branca que o futebol lhe concede e fará o seguinte: se ela falar em Pan-africanismo, dirá que é ufanismo. Se falar sobre países africanos que poderiam ser mães ou pais do Brasil, em detrimento dos irmãos portugueses, será devidamente desqualificada. Se apresentar dados do escravismo dos séculos XVII, XVIII e XIX, o indivíduo a contestará com informações dos séculos XX e XXI.

Por exemplo, se ela disser que os ioruba foram importantes na formação cultural do Brasil naqueles três primeiros séculos citados, o indivíduo dirá que eles são numericamente insignificantes na Nigéria nos dois séculos últimos. Entenderam? Não? Também não é preciso entender. O que é dito por esse tipo de indivíduo não precisa fazer sentido, ele tem a legitimidade da voz institucionalizada de poder, é verdadeiro e deve ser seguido.

Futebol é papo de homem. Fica agora esse pessoal do sexo feminino querendo estar onde não é chamado e nós precisamos mostrar quem somos (alfa, beta e gama de uma só vez), para que possamos reestabelecer ordem no mundo. 

Imagem: dançarinos se apresentam durante a cerimônia realizada antes da final da Copa das Nações Africanas, 2013.


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