Eva Oléria e Poli Preta, sogra e nora do ano!
Por Cidinha da Silva
Fizesse caso de listas dos grandes feitos do ano, incluiria dona Eva Oléria e Poli Preta, respectivas mãe e namorada da Ellen, na cabeceira de uma delas.
Dona Eva ganhou milhares de filhas e fãs ao chamar de nora, com microfone aberto, a companheira da filha amada. Era como se limpasse com amor os corações turvos que nos apedrejam e apertam gatilhos, nos impedem de viver, nos matam. Dona Eva Oléria em sua expressão quilombola de temperança e generosidade nos fez (faz) renascer e seguir. Firmes, destemidas!
Poli Preta tornou-se a namoradinha do Brasil lésbico. Perdoa o signo careta, Poli, mas é re-significação para desencaretar, para brindar à diversidade que buscamos, não a da superfície empresarial, mas aquela de dentro, profunda, que garanta o exercício pleno de nossa humana subjetividade negra e homoafetiva.
A mais budista dentre os Orixás, transpõe a morte e nos devolve a alegria. Ao sacudir as saias nos lembra da transitoriedade do corpo, da impermanência as coisas.
E Pedro, tu que és pedra e sono, contempla o bambuzal em lúdica esgrima com a Senhora dos ventos.
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