Tridentiando 10
“Engraçado...
outro dia estava numa sessão de leitura de um escritor que não conhecia até então. O Angolano José Eduardo Agualusa. Que homem lindo! Pensei de cara... mas meus olhos brilharam mesmo quando ele leu uma de suas crônicas. Naquela mesma noite, me apresentei e fiz Agualusa autografar os dois livros que tinha acabado de comprar. Um deles, "O vendedor de passados" é meu livro querido. Tanto, que esse exemplar já passou nas mãos de várias pessoas também queridas.
Bem, a verdade é que me apaixonei por esse homem enquanto ele lia suas histórias. O seu sotaque não sai da minha cabeça, principalmente quando leio ou releio algo dele.
Depois de tantas delongas, Cidinha, o que quero dizer é que ontem, enquanto ouvia você lendo suas palavras, contos que eu já conhecia... essa sensação me voltou. A sensação de menina, sentada na roda, ouvindo uma contadora, embaixo da árvore, tardezinha, vento soprando no rosto e som das folhas de fundo musical... e a sua voz, ali, sua entonação, sua mineiridade... Xônei n'ocê!” (quase anônimo 12)
“Adorei te ouvir ontem falando do livro ( o mesmo mas na verdade outro) e do seu processo de criação. O Edimilson, carioca do brejo, infelizmente, cobra de você ser mais literária. Eu gosto do jeito que está: texto leve, crônica gostosa de ler, anotações de coisinhas do dia-a-dia, pequeninas mas tão importantes que precisam ser colocadas urgente em livro. Não se esqueça de escrever o conto sobre o ferro de passar roupa. Ah, adorei a lembrança dos muitos ferros que passaram também pelas minhas mãos. Nem me lembrava do ferro de marca Tupy. Era tão feio que varri-o da minha lembrança. Fiquei me lembrando sobre o trabalhão que tinha para engomar minhas anáguas com ferro cheio de brasas, soprado sem parar pela menina magricela que precisava do volume das muitas saias para ganhar corpo. Soubesse ela como iria engordar depois, teria soprado mais brasas para ficar sempre magrela e nem precisar tomar remédio para pressão alta”. (quase anônimo 13)
"Preciso te dizer que o teu texto (e suplemento!) continua cortante, cruel e intenso, +- como as "fisgadas" q agora sinto na mão, por estar forçando a escrita.. gostei muito do "melô da acontradição".. me fez lembrar dummonte de coisa... interessante isso, penso que um dos teus grandes méritos, nas crônicas , é falar tão bem do cotidianno, sem perder, com isso, o "tom" da literariedade, a provocação ao absurdo, o chamar a atenção para os abusos do real.
Na escola, estamos numa fase de seleção dos livros didáticos, sempre aquela mesma coisa... estou com o teu em punho, para qdo discutirmos os paradidáticos"... (quase anônimo 14)
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