Vida longa à Mazza Edições!
"Quem foi que falou / Que eu não sou um moleque atrevido / Ganhei minha fama de bamba / No samba de roda / Fico feliz em saber / O que fiz pela música, faça o favor / Respeite quem pode chegar / Onde a gente chegou / Também somos linha de frente / De toda essa história / Nós somos do tempo do samba / Sem grana, sem glória / Não se discute talento / Nem seu argumento, me faça o favor / Respeite quem pode chegar / Onde a gente chegou / E a gente chegou muito bem / Sem a desmerecer a ninguém / Enfrentando no peito um certo preconceito / E muito desdém / Hoje em dia é fácil dizer / Que essa música é nossa raiz / Tá chovendo de gente / Que fala de samba e não sabe o que diz / Por isso vê lá onde pisa / Respeite a camisa que a gente suou / Respeite quem pode chegar onde a gente chegou / E quando chegar no terreiro / Procure primeiro saber quem eu sou / Respeite quem pode chegar / Onde a gente chegou". Esta musica é a cara de Maria Mazarello, a moleca atrevida da foto, criadora e mantenedora da Mazza Edições. É por esta editora, vocês sabem, que saiu a segunda edição do Tridente. Quando ganharam a Copa América - 2007, os meninos da Seleção (negra) de futebol cantaram "moleque atrevido". Eu não tenho necessidade nenhuma de dizer que a Seleção era negra, não cultuo o óbvio e tampouco o óbvio me incomoda, tô parafraseando um ex-juiz de futebol, atual sensacionalista, digo, comentarista, que atribuiu os problemas apresentados pelo escrete canarinho, durante os primeiros jogos, à falta de um loirinho em campo (palavras dele). Os jornalistas, por sua vez, quando iam repetir trechos da letra cantada pelos meninos negros, como recado a quem os havia desacreditado, se enrolavam, não conheciam a letra, era novidade. Jorge Aragão, gente! Fundador do Cacique de Ramos, autor de "Coisinha do pai", aquela música que foi ouvida na lua, numa nave espacial. Samba de qualidade, pagode, no sentido primevo da palavra. Fosse um "samba-swing", pagode, na acepção global-capitalista-contemporânea do termo, e os jovens jornalistas teriam cantado junto. Nós, do lado cá, junto com os meninos da Seleção, cantamos Jorge Aragão. E é com ele, que, de maneira despretensiosa, neste final de festa no blogue, agradeço à Mazza, pelo convite honroso para compor o catálogo da Mazza Edições (foto Netun Lima).
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